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Channel: Portal ELODAFE – Diocese de Uberlândia/MG
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Nem tudo é cruz na vida do cristão

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A jovem namora um rapaz violento. Por que o ama, pensa ser obrigada a levar até o fim aquele relacionamento. “Estamos juntos há muito tempo, e a família dele gosta muito de mim. Estou rezando pela conversão dele”. Ingenuidade. Ele muito provavelmente não irá mudar. E se eles se casarem, o relacionamento não durará muito. A família deve amá-la porque ela é para ele uma porta de saída.

O jovem não tolera o curso que faz ou o emprego que tem. Tá certo que o desemprego está em patamares inaceitáveis, mas nada justifica sacrificar a vida num ambiente ou numa profissão que torna os dias enfadonhos e azeda o presente. Viver requer o mínimo de prazer e gosto pelo que faz. Uma faculdade é importante, mas não define o sucesso de ninguém. Sucesso tem a ver com talento e paixão.

O senhor, já idoso, descobriu um câncer nos pulmões, resultado de anos de tabagismo. Com todo o respeito que a enfermidade inspira, é preciso dizer: Deus não é o causador da doença. Não foi Deus quem quis ou a enviou como castigo ou coisa parecida. A enfermidade é fruto de um mau cuidado com a própria saúde. E assim, todas as doenças ou fatores circunstanciais que possam nos ocorrer, como infelizmente os acidentes de trânsito, fruto da imprudência, ou os grandes desastres, frutos do acaso.

O que significa, então, a Cruz na vida cristão?

Ela diz de tudo aquilo que o homem sofre em razão da sua adesão ao projeto de Deus. Do modo como vive segundo os valores do Reino dos Céus. São os sofrimentos advindos de uma vida vivida na verdade, na honestidade, no direito e na justiça. A Cruz se apresenta no anúncio da Boa-Nova e na denúncia dos contra-valores deste mundo, decaído na mentira e que corteja com a cultura de morte.

A Cruz não é fazer-se de “coitadinho(a)” para ser querido ou agradável a quem quer que seja. Não é diminuir a força avassaladora do Evangelho para ser benquisto por movimentos elitistas “na” Igreja e não “dá” Igreja, e tampouco silenciar-se diante dos crimes de políticos e homens públicos para obter vantagens e privilégios. Nada disso!

A verdadeira Cruz nos devolve às catacumbas. Faz-nos ser rejeitados pelos “nossos” porque tivemos a coragem de tocar feridas que foram mal curadas ou apenas maquiadas. Há “cristãos” que viram as costas e torcem o nariz para quem ousou discordar de seus “trejeitos” ou das “periferias da fé”. Há correntes, pensamentos e linhas ideológicas que se dizem da “Cruz de Cristo” quando, na verdade, apenas somam peso à verdadeira Cruz do Cristo.

Cuidado! Nem toda cruz sobre o peito nos apresenta ou nos leva a Jesus. Nem toda morte de cruz gera ressurreição.

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Por, Pe. Claudemar Silva
www.padreclaudemarsilva.com


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