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Homilia de Dom Paulo Francisco no Santuário Nacional

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Na manhã de hoje (20) Dom Paulo Francisco Machado, bispo diocesano de Uberlândia, presidiu a Missa Solene no Santuário Nacional de Aparecida, na cidade de Aparecida – SP.  Padres, Diáconos e fiéis diocesanos saíram em peregrinação na noite de ontem (19) para agradecer pela visita da imagem jubilar ao território diocesano e participaram da celebração.

Dom Paulo Francisco cedeu ao ELODAFE sua homilia completa. Confira: 

Missa em Aparecida

Dom Paulo Francisco Machado

Saúdo os caríssimos irmãos e irmãs aqui presentes, em especial, os peregrinos da Diocese de Uberlândia. Saúdo todos os que me acompanham pelos meios de Comunicação Social.

Há três anos, daqui da casa da Mãe Aparecida, levamos a imagem peregrina para percorrer as cidades e rincões de nossa Diocese. Queríamos, como se fosse pedido do próprio Jesus, “levar Maria para nossa casa”, para que ela nos ensinasse a recostar nossa cabeça no peito de seu Filho amado, a buscar uma intimidade maior com Ele, de modo a nos transformamos em seus autênticos discípulos.

Hoje retornamos à casa da Mãe Maria para agradecer as inúmeras graças que ela certamente conquistou do coração amorosíssimo de seu Filho para tantas pessoas: nossos padres, diáconos, seminaristas, consagrados e consagradas e numerosíssimos fieis cristãos de nossa Diocese. Não temos condições de enumerá-los, uma vez que os grandes milagres e as maiores graças ocorrem no segredo dos corações e só serão descortinados na Pátria Definitiva.

Recordemo-nos dos versos do canto mariano do Magnificat: “derrubou os poderosos de seus tronos”. Aqui, interpretação pessoal, as riquezas terrenas não são, como muitos entendem, o trono dos poderosos, mas, o orgulho de quem não reconhece o poder de Deus, Sua soberania e, sim, confia tão somente nas suas forças, fechando-se, impermeabilizando-se, negando a graça, rejeitando o infinito amor de Deus e sua generosa misericórdia. A graça só passa por nossas reconhecidas fissuras Não sem razão, ao se perguntar a São Bernardo, especial devoto de Maria Santíssima, quais eram as quatro virtudes cardeais afirmava: “humildade, humildade, humildade, humildade”. É no chão da humildade – negação do orgulho – que a semente da graça encontra espaço para crescer. Assim o Divino agricultor, encontrou, no solo virgem do seio de Maria, o lugar para dar corpo/humanidade a seu Filho, nosso Salvador.

A história da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida mostra-nos homens simples, humildes que possuíam especial devoção para com a mãe do autor da graça. Mostra-nos a opção preferencial de Deus pelos humildes e, tantas vezes, humilhados de nossa sociedade. Aqueles simples pescadores se tornaram campeões da evangelização, obra de Deus através de frágeis pessoas. Nunca será cansativo recordar, porque recordar é, nesse caso, obra de amor, a singela história da aparição da imagem da imaculada no leito do rio Paraíba do Sul.

Nos idos de 1717, o povo de Guaratinguetá quer receber, com as devidas honrarias, o Conde de Assumar, de passagem por esse povoado. Três simples homens, Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso saem a pescar. Navegam o Rio Paraíba, lançam em vão as redes, pois os peixes espertos rejeitam, teimosamente, as redes daqueles trabalhadores. Chegando ao porto de Itaguaçú, sem esperança de boa pesca, mais uma vez lançam as redes que em vez de trazer peixes, trazem o corpo de uma imagem da Virgem Maria e, em nova tentativa, a sua cabeça. Após esta surpreendente “pesca” a providência divina não faltou. Foi tão volumosa a quantidade de peixes, a ponto de quase afundar as embarcações, devido a fartura da pesca. Imagem recuperada, logo começa a ser venerada em tosco oratório atraindo o povo simples. Com o passar do tempo, a cada dia mais e mais aumenta o número de devotos que acorrem à casa de Maria. A devoção cresce e se espalha por todo o Brasil.

A humildade dilata o coração do ser humano para acolher o infinito. Deus se serve dos humildes, dos humilhados deste mundo para fazer acontecer sua vontade: o Reino. O Senhor serviu-se de simples e piedosos pescadores do Rio Paraíba para tornar sua mãe engrandecida, para demonstrar-nos seu especial carinho para com o povo brasileiro e para com pessoas nascidas ou imigradas para as nossas nove cidades do Triângulo Mineiro, que constituem a nossa Diocese. Nelas retiramos o pão de cada dia, derramamos lágrimas, louvamos e adoramos o Pai Celeste, como também cantamos canções de esperança (VIVA A MÃE DE DEUS E NOSSA, SEM PECADO CONCEBIDA…).

Maria Santíssima, excelsa padroeira de nosso Brasil, queremos colocar em suas mãos puríssimas, nossos mais santos e belos sonhos, especialmente o de nos tornarmos verdadeiros discípulos/missionários de seu Filho, para levar o Evangelho a tantos irmãos que perambulam pelas ruas e estradas como “ovelhas sem pastor”. Nas suas mãos santíssimas, carinhosamente, depositamos nosso clero, seminaristas, consagrados, consagradas. Certos estamos que sempre mais nos aproximamos de Cristo e do seu Projeto quando exaltamos o Deus que fez maravilhas em sua santa vida. Tenham, Ó Senhora, esses servidores do Evangelho do Reino mais ânimo, coragem, empenho para proclamar a eterna misericórdia divina. Em suas puríssimas mãos, colocamos nossos fieis, todos eles: os pobres, os governantes, os membros dos poderes públicos, os doentes, os encarcerados, as crianças, os jovens e velhos, os estudantes, os pecadores, os desempregados, enfim, todos os desprestigiados deste mundo.

Maria Santíssima, Mãe de nosso Redentor, que aqui recebe o honroso título de Nossa Senhora Aparecida, NÓS A AMAMOS MUITO.


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