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Channel: Portal ELODAFE – Diocese de Uberlândia/MG
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Pastoral Carcerária acolheu 120 agentes em Assembleia

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A Pastoral Carcerária do Regional Leste II, que contempla os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, realizou nesse último final de semana, dos dias 22 a 24, a sua Assembleia de Pastoral no Santuário Diocesano Nossa Senhora Aparecida.

Na ocasião, foi realizada novas eleições para a troca de coordenações e contou com a participação de 120 agentes de todo o Estado de Minas Gerais.

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Para João Cezário, agente diocesano de Uberlândia, a localidade da cidade e atual situação econômica do país não contribuíram para a vinda dos agentes do Estado do Espírito Santo, porém deixou claro que eles terão sua Assembleia a ser realizada em outra data que deverá ser sediada na cidade de Vitória, capital do Estado.

A assessoria da Assembleia foi de responsabilidade do Pastor da Igreja Metodista, Clay Western Peixoto, cuja função foi a de ajudar os participantes a refletir o trabalho junto aos presidiários a partir dos pressupostos bíblicos, ajudando-os a buscar na Palavra de Deus as soluções que Ela apresenta para a vida humana.

O ELODAFE esteve presente nas atividades do sábado (23), e conversou um pouco com o Pastor. Confira a entrevista:

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ELODAFE: Qual a importância do trabalho da Pastoral Carcerária para a sociedade?

Pastor Clay: Objetivo principal da Pastoral Carcerária é ajudar a recuperar as pessoas que estão jogadas na cadeia para a sociedade. Restabelecer a dignidade dessas pessoas, mas também restabelecer a sociedade com elas. A Pastoral vai à cadeia para expressar esse amor de Deus, esse amor humano às pessoas; e junto com elas, nesse relacionamento, ajuda-las nesse processo de reinserção na sociedade e não faz mediante julgamento, pressão ou acusação. Faz com o gesto de solidariedade!

ELODAFE: Comente um pouco a temática do Ano Jubilar da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco, em relação a sua experiência de trabalho, não só na Pastoral Carcerária, mas também nos diversos encontros que o senhor esteve presente em todos estes anos.

Pastor Clay: Há três dias estou em Uberlândia falando exatamente disso, sobre Misericórdia. Misericórdia na Bíblia se faz com sentimento uterino, com sentimento de mulher protegendo sua cria, protegendo o seu filhote. Às vezes nós traduzimos por dor no coração, por sentimento de solidariedade com a pessoa a ponto de sofrer junto com ela. Mas, na Bíblia tem um sentido de carinho, cuidado, proteção, de pegar no colo para poder sustentar. Isso é Misericórdia e o seu exercício é um segundo passo, pois o primeiro passo antes dela é a prática da Justiça, porque a Justiça previne do aparecimento do mal, ela corrige na prática do mal, ela reorienta para a vida e restabelece uma sociedade igual, uma sociedade de partilha e ao mesmo tempo de responsabilidade. Dentro da Bíblia primeiro justiça; uma justiça feita com misericórdia, feita com carinho. Uma justiça que não mata, que não exclui, não prende mas que restabelece.

O Papa Francisco diz o seguinte – quando ele passa na porta de uma cadeia, ele se pergunta: “Porque eles e não eu?” Ora, se justiça fosse para punir erro, todos nós deveríamos estar na cadeia. E o Papa Francisco diz isso com clareza nesta pergunta – “Porque eles e não eu?” ele se inclui no meio desses transgressores da vida social. E a justiça é exatamente para isso: corrigir, mas antes de corrigir ela precisa criar condições para que as pessoas vivam bem e isso só se faz com justiça. Agora, para as pessoas que nessas condições caem ou bagunçam com a sociedade é preciso responsabilizá-las com justiça. Mas, essa responsabilização não é com punição; é com o restabelecimento delas. E isso se faz com carinho, misericórdia e amor. Já imaginou bem uma justiça feita com carinho?

Falando sobre os encontros da Pastoral…

Eu participo da Pastoral Carcerária há muito tempo. Eu venho de uma formação onde o estar junto com os pobres é importante. Os primeiros trabalhos com os meninos de rua ou crianças no conflito da lei, que é um eufemismo, eu participei exatamente do começo disso. Eu conheço prisões desde a cadeiazinha da minha cidade ao Carandiru, com os maiores criminosos do país. Gente que tinha 300… 400 anos de cadeia e que são gente, são filhos e filhas de Deus e são a essas pessoas que se deve mostrar misericórdia, a elas que se deve mostrar companheirismo para que elas percebam a situação que criaram e sejam restabelecidas. O trabalho e o esforço da Pastoral, o esforço que essas pessoas fazem é exatamente isso, pois vemos ali filhos e filhas de Deus, nosso irmãos e irmãs que não podem ser “deletados”, não podem sofrer, mas ser também responsabilizados e recuperados para uma vida diferente.

A Pastoral Carcerária Diocesana de Uberlândia trouxe a Assembleia 10 presidiários que colaboraram com seu trabalho durante as atividades; Foram distribuídas gratuitamente a todos os participantes bolsas de crochê confeccionadas pelos detentos com 150 rolos de linha que geraram em média, 300 bolsas.

Aos que desejarem contribuir no trabalho pastoral, basta entrarem em contato com os seguintes agentes:

Uberlândia:

Maria José (Coordenadora Diocesana) – (34) 3216-1858

Vilma Dias Garcez – (34) 3234-4753

João Cezário (34) – 3222-8255

Araguari:

Regis Santana – (34) 9 8821-0821

Tupaciguara:

Suely Martins – (34) 9 9101-8700

Conhecendo melhor a Pastoral Carcerária

A Pastoral Carcerária é a ação da Igreja junto aos encarcerados, fazendo sempre a experiência evangélica com a constante indagação: O que Jesus faria ou diria nessas situações? Como trataria estas pessoas? O objetivo do trabalho é promover de modo simples, corajoso e eficaz o exercício de dignidade e misericórdia, considerados no Evangelho e na Doutrina Social da Igreja, através da Palavra e da Ação comprometida na defesa dos direitos individuais do homem e da mulher presa.

Na Igreja particular de Uberlândia, a Pastoral está organizada atualmente: na cidade de Tupaciguara, com visita semanais ao presídio e celebrações em datas oportunas e a direção espiritual está sob responsabilidade do Pe. William Garcia. Na cidade de Araguari com um grupo de pessoas que também visitam semanalmente o presídio e estão presentes em eventos e datas específicas.

Em Uberlândia, há um grupo ainda muito pequeno em relação a demanda existente, haja vista que o presídio Jacy de Assis possui uma população de mais de 2.000 detentos que são visitados por 8 pessoas; no Jacy as celebrações são semanais. Já a Penitenciária Pimenta da Veiga possui uma população de aproximadamente 600 detentos onde se há apenas celebrações mensais. Com 5 pavilhões, a Pastoral consegue visitar 2 vezes por ano, cada um deles. A direção espiritual está sob responsabilidade do Pe. Olimar Rodrigues.

O CESEU (Centro Sócio-educativo de Uberlândia) conta com aproximadamente 140 internos, onde há visitas e celebrações duas vezes ao mês, sempre aos sábados.


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