Ao estabelecer a passagem por uma Porta Santa como um sinal concreto de encontro com a Misericórdia de Deus, o papa Francisco também pensou naqueles que, por motivos variados, não podem ir até um destes lugares, inclusive pela falta da liberdade.
Os presos foram lembrados de maneira particular pelo sumo pontífice na carta dirigida ao Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, em que traçou as diretrizes para o ano Jubilar.
Além da Porta Santa nas basílicas, santuários e igrejas em todo o mundo, Francisco declarou que também nas penitenciárias ela poderia ser aberta: “nas capelas dos cárceres poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.
Por esse motivo, sendo portadora desse olhar misericordioso de Deus, a Diocese de Uberlândia realizou nesta manhã, 20, um momento de encontro e oração com os detentos do presídio Jacy de Assis.
Para a cerimônia religiosa estiveram presentes o bispo diocesano, Dom Paulo Francisco Machado, o assessor de comunicação da Diocese, Pe. Claudemar Silva, e o coordenador diocesano da pastoral carcerária, João Cezário.
O encontro foi mediado pelo CCD – Centro de Comunicação Diocesano – e cumpre, na pessoa do pastor diocesano, Dom Paulo Francisco Machado, a iniciativa de toda a Diocese de Uberlândia em viver este Ano Santo da Misericórdia segundo o mandamento do Cristo, o Libertador do gênero humano: “estive preso e foste me visitar” (Mt 25, 36).
“De todas as visitas que eu já realizei, essa foi uma das mais tranquilas” D. Paulo Francisco Machado
“Ao tocar as celas, eu me lembrava das palavras do papa Francisco: ‘cada cela será uma porta da misericórdia. Eu pude rezar por eles, por mim e por toda a Diocese” Pe. Claudemar Silva
“Um momento profundo de encontro com a humanidade do homem, especialmente daqueles mais vulneráveis” João Cezário.
Segundo o capelão do presídio de Roma, Itália, Padre Roberto Guernieri, esta abertura do Papa Francisco tem um papel importante no processo de ressocialização porque, como ensina aos detentos, “sem o Senhor é impossível retornar à sociedade”.
“É importante fazer com que os detentos entendam a importância da fé, porque eles têm momentos de desespero verdadeiramente tremendos. Isto é feito há muitos anos, por nós que estamos perto deles e os ajudamos a viver esta realidade, antes de tudo a compreender o mal que fizeram, depois entender a misericórdia de Deus e buscar, na medida do possível, ressocializá-los, voltar à sociedade novos”, assegurou.