Cidade do Vaticano – Foi publicado nesta sexta-feira (26/08), o tema da Mensagem do Papa para o 50° Dia Mundial da Paz que se celebrará no dia 1° de Janeiro de 2017. “A não-violência: estilo de uma política para a Paz”: este é o tema escolhido por Francisco para o próximo Dia Mundial da Paz, o quarto do seu Pontificado.
A violência e a paz estão na origem de dois modos opostos de construir a sociedade. A difusão dos focos de violência gera experiências sociais gravíssimas e negativas.
O Papa resume esta situação na expressão “Terceira guerra mundial em capítulos”.
Pelo contrário, a paz tem consequências sociais positivas e permite um verdadeiro progresso. Devemos, portanto, agir nos espaços possíveis, negociando caminhos de paz, até mesmo onde tais caminhos parecem tortuosos ou impraticáveis, lê-se na mensagem
Deste modo, a “não violência” pode assumir um significado mais amplo e novo: não apenas uma mera aspiração, inspiração, rejeição moral da violência, das barreiras, dos impulsos destruidores, mas também um método político realista, aberto à esperança.
Trata-se de um método político assente na primazia do direito. Se o direito e a igual dignidade de cada ser humano são salvaguardados sem discriminações e distinções, consequentemente, a “não violência”, entendida como método político, pode constituir um instrumento realista para superar os conflitos armados. Nesta perspectiva, é importante reconhecer, sempre mais, não o direito da força, mas a força do direito.
Com esta Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Santo Padre deseja indicar um passo ulterior, um caminho de esperança apropriado às circunstâncias históricas presentes: chegar à solução das controvérsias por meio de negociações, evitando que elas se degenerem em conflito armado.
Por detrás desta perspectiva, há também o respeito pela cultura e a identidade dos povos, portanto, a superação da ideia segundo a qual uma parte é moralmente superior à outra.
Mas, ao mesmo tempo, isto não significa que uma nação possa ser indiferente diante das tragédias de outras. Pelo contrário, significa reconhecer a primazia da diplomacia diante dos estrondos das armas.
O tráfico mundial das armas é tão vasto a ponto de ser subestimado. O tráfico ilegal das armas sustenta muitos conflitos no mundo. A “não violência”, como estilo político, pode e deve fazer muito mais para superar este flagelo.
De recordar que o Dia Mundial da Paz teve início por desejo do Beato Papa Paulo VI e é celebrado todos os anos no dia 1° de Janeiro de cada novo ano. A Mensagem do Papa é enviada a todas as Chancelarias do mundo e serve de guia para as directrizes diplomáticas da Santa Sé.