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Comunidade Luterana celebra 30 anos de presença em Uberlândia

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Neste Domingo, 11 de setembro, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – ICLEB, celebrou seu Jubileu de Pérola, ou seja, trinta anos de presença na cidade de Uberlândia-MG. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil compõe o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, o CONIC, juntamente com a Igreja Católica Apostólica Romana – ICAR, dentre outras confissões.

A celebração foi presidida pelo Pastor Jonas Zenkner Bier, que está à frente da ICLEB em Uberlândia. Estiveram presentes os fiéis luteranos de Uberlândia e outras cidades da mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, além de fiéis de outras igrejas que compõem o CONIC em Uberlândia, tanto na celebração, como no almoço festivo realizado após a celebração.

Em sua reflexão o Pastor Jonas tratou do sentido do Jubileu de Pérola, partindo da comparação com a vida do casal, que também celebra esta data. Assim, levando-se em conta a origem da pérola – que surge como um mecanismo de defesa do molusco diante da presença de um corpo estranho –, também na vida do casal, aos seus trinta anos de união, muitos “corpos estranhos”, adversidades, já tiveram que ser superados, daí o sentido desta joia, a pérola, ser este símbolo na vida matrimonial. Da mesma forma a igreja também passa por uma série de adversidades ao longo de sua existência, sendo possível atribuir esta comparação para esta data tão expressiva.

Pautando-se em diversos textos bíblicos destacou a importância da vida em comunidade e aspectos peculiares da caminhada cristã que a Sagrada Escritura nos recorda. A saber, a presença do Senhor mesmo nos momentos de medo, a alegria do convívio fraterno, a necessidade de sermos sal e luz para o mundo e de não pagarmos o mal com o mal, mas pelo contrário, com bem e a todos, sem distinção, e de orarmos um pelos outros. A íntegra da reflexão segue abaixo.

“Querida comunidade reunida. Como eu dizia pra vocês no início, hoje é sem dúvida, um dia de muita festa, um dia de muita alegria, um dia de gratidão a Deus. Como eu disse não pela data histórica, afinal de contas não foi em setembro que a nossa comunidade foi fundada, mas pelo ano do trigésimo aniversário. Que alegria também podermos ter entre nós aquele que foi o primeiro presidente da comunidade, aquele que ajudou com a tarefa aí de conduzir os primeiros anos da comunidade. Como eu disse pra vocês, quando o casal completa trinta anos de casado a data é chamada de Bodas de Pérola. Está claro na imagem aqui que isto é uma pérola? Tecnicamente falando é uma pérola. Se vocês não conseguem ver imaginem esta pérola ali. Alguém se arrisca a dizer por que que trinta anos se chama Bodas de Pérola? – Fiel: ‘leva-se trinta anos para se formar uma pérola’. – Pastor: ‘leva trinta anos para se formar uma pérola… mais alguma sugestão?’ Bom, eu também não nasci sabendo porque se chama Bodas de Pérola. A internet nos ajuda, não é? Vamos lá. Bodas de Pérola é o termo dado para a comemoração dos trinta anos de casamento. As pérolas são joias formadas dentro das ostras como resultado de um mecanismo de defesa dos moluscos, ou seja, a pérola é resulta de um mecanismo de defesa dos moluscos. Quando uma substância estranha invade a ostra produzindo uma inflamação no seu interior. Esta envolve o corpo invasor com diversas camadas de madre pérola, uma substância dura e rica em calcário. E, assim, surgem as pérolas. Um mecanismo de defesa a partir de uma inflamação de um corpo estranho que entrou. Ao chegar ao trigésimo ano do matrimônio a formação das pérolas torna-se uma boa metáfora de como o casal teve de enfrentar diversos invasores e adversidades ao longo de três décadas. Por isso, então, trinta anos, Bodas de Pérola. O amor e o compromisso do casal faz com que todos os problemas que enfrentaram se transformem em pérolas, ou seja, estes problemas ajudaram ainda mais a fortalecer o relacionamento. E quando se faz uma comemoração dessas o intuito principal é reafirmar os votos de compromisso, de amor e de união feitos pelo casal no dia do matrimônio. Então é exatamente isso que nós como comunidades também celebramos nesses trinta anos. Não vou me adiantar, nós vamos conversar um pouco sobre isso. Convido vocês então, comunidade, justamente, sobre este tema: pérola. Sobre os trinta anos de caminhada, pra gente fazer uma reflexão um pouco diferente hoje. Ao invés de pegarmos um texto bíblico exaustivamente, eu convido hoje pra gente dar uma olhada em diferentes textos bíblicos, que podem nos dizer alguma coisa sobre trinta anos de comunidade. Primeiro texto bíblico, 1 Samuel 7, 12, diz assim: ‘Aí Samuel pegou uma pedra, pôs entre Misfa e Sen e disse: até aqui o Senhor Deus nos ajudou’. Falar de trinta anos da nossa comunidade é sem dúvida também repetir esta frase: ‘até aqui o Senhor Deus nos ajudou’. Em trinta anos a nossa comunidade passou por diversos momentos, diversas fases. Mais membros, menos membros, membros jovens, membros idosos, membros mais envolvidos, membros menos envolvidos. Bons momentos, momentos amargos. Mas uma é a certeza: até aqui sem ajuda, sem a condução desse Deus, nós não teríamos chegado. Podemos então reafirmar ‘até aqui o Senhor Deus nos ajudou’, até aqui Ele nos abençoou, nos guiou e acima de tudo nos cuidou. Segundo texto bíblico que chama atenção, Deuteronômio 31, 6: ‘Sejam fortes e corajosos, não se assustem, não tenham medo deles, pois é o Senhor nosso Deus quem irá com vocês. Ele não nos deixará, nem nos abandonará’. Nesse trecho específico Moisés estava falando para o povo de Israel que ele não iria terminar sua jornada até a Terra Prometida. Ou seja, Moisés estava já avisando que a sua jornada iria terminar lá no deserto. Mas, apesar disso, o povo não precisava ter medo porque eles não estariam sozinhos. Penso que na formação da nossa comunidade a trinta anos atrás, certamente, muitas foram as pessoas que também tiveram medo. Ao convidar o pastor para vir de Belo Horizonte, uma comunidade bem estabelecida, bem estruturada, bastante gente e vir agora para o Triângulo Mineiro e aqui iniciar uma atividade ministerial. Sem dúvida alguma o medo esteve presente também, a incerteza, a desconfiança. Somos poucos, o nosso contexto é tão diferente daquele que nós estamos acostumados. Muita gente chega, muita gente vai embora. Será que a nossa comunidade vai dar certo? Como será o nosso futuro? Eu acho que exatamente aí dessas palavras de Moisés. Elas também devem ecoar e afastar o medo do nosso horizonte. Ele não nos deixará, Ele não nos abandonará. Próximo texto bíblico. Vamos dar uma olhada nos salmos. O salmo 133 (conhecidíssimo): ‘Como é bom e agradável que o povo de Deus viva unido como se todos fossem irmãos e irmãs’. Feliz é aquela pessoa que pode contar com uma comunidade de fé na sua caminhada. Feliz é a pessoa que tem um grupo que a apoia sem fazer distinções, sem julgar, sem amedrontar, sem constranger. Como é bom ser acolhido em uma comunidade assim como irmãos e irmãs se acolhem dentro de uma família. Com carinho, com ternura, com amor. E às vezes também com uma certa faísca, não é? Vamos ser bem sinceros. Relação entre irmãos, ela é gostosa, ela é bacana e às vezes dá uma faísquinha também. Mas acima de tudo o amor entre irmãos e irmãs é o amor que cuida, o amor que zela, o amor que abraça. Viver unidos como irmãos e irmãs. Vamos dar uma olhada no Salmo 46 – salmo esse também tão querido pelo próprio Lutero, não é? – ‘Deus é o nosso refúgio e a nossa força, socorro que não falta em tempos de aflição. Por isso não teremos medo ainda que a Terra seja abalada e as montanhas caiam nas profundezas do oceano. Não teremos medo ainda que os mares se agitem e rujam e os montes tremam violentamente’. Como filhos e filhas de Deus nós somos lembrados no nosso maior momento de desespero, no nosso maior momento de medo nós podemos nos abrigar junto desse Deus, que é refúgio, que é fortaleza como disse o salmo. Me chamou atenção nesse salmo as marcas do plural. Ali aonde diz assim oh: ‘Deus é o nosso refúgio, a nossa força […] não teremos medo’. Me chamou atenção as marcas do plural desse texto. Mais uma vez significa que a nossa fé não deve ser vivida isoladamente, mas em comunidade. Não teremos medo, ideia de coletivo. Próximo salmo, Salmo 96 – também conhecidíssimo – ‘Catem uma nova canção a Deus, o Senhor. Cantem ao Senhor todos os povos da Terra, catem ao Senhor o louvem. Anunciem todos os dias que Ele nos salvou’. Comunidade só existe para celebrar a obra de Deus, celebrar aquilo que Cristo fez por nós, a sua doação. É pra isso que nós existimos como comunidade. Amor esse que teve o ápice na cruz de Jesus. Celebrar o amor que nos salva. E multiplicar essa alegria para que todos os povos cantem ao Senhor. Essa é a nossa missão enquanto comunidade – tarefa de compartilhar essa boa notícia. Alegrem-se, Ele nos salvou. Salmo 122, 1 – saudei vocês essa manhã com esse salmo – ‘Fiquei alegre quando me disseram, vamos à casa de Deus, o Senhor. E agora aqui estamos dentro de Jerusalém’. Esse encontro, essa partilha comunitária é motivo de alegria. Nós nos alegramos em podermos vir à casa de Deus. Aliás, e agora que estamos dentro dessa casa e não dentro de Jerusalém como diz o texto, nós estamos dentro dessa casa que Deus habita. Esse prédio, essa construção que abriga também a nossa comunidade é motivo de alegria, vocês bem sabem. Vocês participaram dessa construção. Quantas são as comunidades que gostariam de ter um espaço semelhante a esse e não podem. Quantas são as comunidades que ainda dependem de aluguel para poder manter acesa a sua chama comunitária. É motivo de alegria sim podermos vir à casa do Senhor. Podemos aqui nos reunir para agradecer. Muitas mãos se envolveram nesta construção desta casa como diz a placa ali fora, não é? A placa que agradece o envolvimento de todos e todas. Muitas mãos ofertaram para esta edificação que hoje abriga a nossa casa e também a residência. Alegrem-se porque temos um lugar para ir e chamar de casa de Deus. Pulando para Moisés e já caminhando também para o final. Mateus 5, 3-16 diz assim oh: ‘Vocês são o sal para a humanidade, mas se o sal perde o gosto deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelas pessoas que passam. Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto, pelo contrário, ela é colocada num lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês que está no céu. Um texto conhecidíssimo, não é? Sal e luz para a humanidade. Por que que será sal e luz para a humanidade? Aquilo que dá gosto e aquilo que clareia a caminhada. Essa é a nossa tarefa enquanto comunidade . Trazer esse sabor para a vida, dar essa clareza para a nossa caminhada. A segurança que os nossos pés precisam. Com todo respeito a todas as outras denominações, com todo carinho e compromisso que a nossa igreja tem com o Ecumenismo, mas cada um de nós tem um jeito diferente de temperar essa comida. Assim como em casa, não é? Cada um tem um jeito de temperar. Cada um prefere mais alho, menos alho, mais cebola, menos cebola. Assim entendo nós como comunidade, luterana, católica, ortodoxa, presbiteriana, cada um tem um jeito de salgar essa vida, de dar o seu tempero especial. Essa é nossa tarefa, nem melhor e nem pior, apenas diferentes. A luz de vocês deve brilhar para que todos os povos louvem a Deus. E aqui indo pro último texto bíblico, 1 Tessalonicenses 5, 12-28, que diz assim: ‘Irmãos, pedimos a vocês que respeitem aqueles que trabalham entre vocês. Isto é, aqueles que foram escolhidos pelo Senhor para guiá-los e ensiná-los. Tratem essas pessoas com o maior respeito e amor, por causa do trabalho que fazem. E vivam em paz uns com os outros. Pedimos a vocês irmãos que aconselhem com firmeza os preguiçosos, deem coragem aos tímidos, ajudem os fracos e tenham paciência com todos. Tomem cuidado para que ninguém pague o mal com o mal, pelo contrário, procurem em todas as ocasiões fazer o bem uns aos outros e também aos que não são irmãos na fé’. Respeitar, viver em paz, aconselhar os preguiçosos, dar coragem aos tímidos, ajudar os fracos na fé, ter paciência, não pagar o mal com o mal, fazer o bem. Essa lista de tarefa na minha concepção deveria ser uma obrigação de todas as comunidades cristãs. Ter paciência, ter coragem, animar o preguiçoso, não pagar o mal com o mal, pelo contrário. Isto é testemunhar o amor de Deus, isto é demonstrar como Deus age nas nossas vidas e como nós transformamos esse amor num gesto concreto. Como a Palavra transforma as nossas vidas e liberta do ódio e da opressão. Acima de tudo fazer o bem. Próximo pedacinho: ‘estejam sempre alegres, orem sempre, sejam agradecidos a Deus em todas as ocasiões. Isto é o que Deus quer de vocês por estarem unidos com Cristo Jesus. Não atrapalhem a ação do Espírito Santo, não desprezem as profecias. Examinem tudo, fiquem com o que é bom e evitem todo o tipo de mal. Posso pegar as palavras-chave de novo do texto: alegria, oração, agradecimento, união. Alegria, oração, agradecimento e união. Não atrapalhar, nem desprezar e, por fim, examinar e ficar apenas com aquilo que é bom. Também mais uma tarefa nossa enquanto comunidade. O antepenúltimo trecho é esse aqui: ‘Que Deus que nos a paz, faz com que vocês sejam completamente dedicados a Ele e que Ele conserve o espírito, o corpo e a alma de vocês livres de toda a mancha, para o dia em que vier o Nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele que vos chama é fiel e fara isso. Irmãos, lembrem-se de nós nas suas orações, cumprimentem todos os cristãos com um beijo de irmãos. Peço com insistência pela autoridade do Senhor que esta carta seja lida para todos os irmãos. Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com vocês’. Celebramos hoje trinta anos de dedicação desta comunidade a Deus. Esse casamento como eu disse no começo é tão precioso que gerou uma pérola, fruto dessa caminhada, fruto desse relacionamento com Deus. Aqui nós lemos a partir desse texto um conselho que nos aponta para o futuro, para os próximos anos de existência: lembrem de nós nas suas orações. Orem comunidade, também por esta comunidade. Orar para que Deus dirija os nossos passos enquanto povo. Que nos dê coragem, clareza. Que nós possamos testemunhar ao mundo como cristão luteranos em Uberlândia. Orem por isso também. Pelo nosso crescimento espiritual, pelo nosso crescimento numérico, pelo nosso crescimento financeiro também – está no nosso horizonte. Para que nós tenhamos clareza, para que nós sejamos de fato sal e luz, para que nós possamos dar gosto e clareza, para que em cada encontro nós possamos celebrar o amor de Deus. Amor esse que transforma, amor esse que age em favor de quem precisa. Último texto bíblico então, último versículo: ‘Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com vocês’. E esse é o meu sincero desejo também como pastor dessa comunidade, que essa graça que nos envolve, sejam presente na vida de cada um e de cada uma de nós. E não só, mas das pessoas que por aqui passam, amigos e amigas da comunidade, parceiros de caminhada. Essa graça frutificou. Que essa paz que supera todo o nosso entendimento e a nossa razão tome conta dos nossos corações. Querida comunidade: ‘Obrigado por fazer parte dessa história’! Obrigado a cada um de vocês por fazer parte dessa história. História essa do povo de Deus, luterano, no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Jubileu de Pérola. Não por último, mas também nós precisamos agradecer a Deus por ter nos sustentado. Agradecer a Deus por ter colocado na vida desta comunidade tantos companheiros e companheiras de caminhada. Meus sinceros votos para que Deus continue abençoando a vida de cada um e cada uma de vocês para que esta data possa se repetir em bodas de ouro, bodas de diamante e daí pra frente, não é? Acima de tudo, obrigado a cada um e cada uma de vocês que fazem parte dessa comunidade, que caminha ao nosso lado. Amém”.

Ao final da celebração um fiel católico tomou a palavra para dizer da alegria do convívio fraterno com os irmãos luteranos em Uberlândia. Destacou o testemunho cristão luterano e a acolhida sempre calorosa que os mesmos realizam nesta cidade. Logo após sua fala, o Pastor Jonas tomou novamente a palavra e proferiu a benção final. Houve ainda um almoço para celebrar o Jubileu de Pérola da comunidade.

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Por, Leandro Oliveira


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